Hola, muchachos y muchachas, ¿cómo están?!!
Sou o Natan, tenho 23 anos. Sou estudante de Engenharia Elétrica e fiz um intercâmbio social pela AIESEC em julho/agosto-2015 na cidade de Salta, na Argentina, tinha 20 anos. Tudo começou quando conheci a AIESEC, maior movimento de liderança jovem do mundo, em 2014, através de uma amiga da faculdade que foi trabalhar em uma universidade mexicana dando aula de cultura brasileira e língua portuguesa. Fiquei super amarrado na ideia de conhecer outro país e realizar o sonho de fazer um intercâmbio, mesmo sendo um intercâmbio diferente. Me informei sobre o que tinha que fazer pra ir, quanto precisava gastar, e em 6 meses estava lá eu, pela primeira vez dentro de um avião, com meu espanhol de “por favor, hablá despacito”, para fazer uma viagem internacional sozinho, ahhhhhhhh que emoção!! Um mix de medo e felicidade tomavam conta de mim. Ahh, ralei muiiiiito pra conseguir juntar um dinheirinho considerável. Valeu a pena? Continue lendo!
Foram mais de 11h de conexão no gigantesco aeroporto de Guarulhos. No meio do voo entre SP e Buenos Aires o comandante diz que a Argentina tinha sido campeã em um jogo da copa américa e todos no avião gritavam e vibravam. Foi já quase a primeira boa impressão de los hermanos. Depois vi realmente que eles são como nós: extremamente receptivos e atenciosos.
Ahhh, esqueci de falar como foi meu processo até chegar no aeroporto, porém foi super simples. Entrei em contato com a AEISEC in Fortaleza e fui no escritório saber como funcionava tudo sobre o talz intercâmbio e o que precisaria saber e levar na viagem. Resumindo: Se você tem mais de 18 anos, você precisará pagar uma taxa pro comitê local, ter um seguro saúde durante a viagem, comprar as passagens, levar algum dinheirinho para curtir teu intercâmbio e ter muiiiiita vontade e disposição de sair da sua zona de conforto. Será com certeza a experiência mais desafiadora da sua vida até então.
Pousei no aeroporto de Ezeiza, cerca de 2 horas de Buenos Aires de busão. Demorei 7h pra conseguir a coragem pra sair do aeroporto. Tava frio demais e pra quem não sabe sou cearense da gema, haha, frio não é comigo! Às 8h da manhã fui pra parada de ônibus e pedi ajuda a uma moça simpática (depois descobri que ela estava vindo de Roma) que estava na parada. Subi no ônibus e já veio a primeira regalia de ser estrangeiro, a moça pagou minha passagem, o que custava em torno de 6 pesos (R$ 1,50). Achei super bacana seu gesto e lhe dei uma moeda de um real como recordação. Minutos depois já estava amando aquele país por ter um povo tão simpático e disposto a me ajudar.
Fiquei 2 dias em Buenos Aires e segui caminho à cidade de Salta, no norte do país, em uma viagem de 26 horas. Lembro da viagem?? Não lembro, mas dormi e descansei muito haha.
Cheguei no sábado em Salta, morto de fome porque não entendia o espanhol pra entender o que eram as comidas, não encontrei nada parecido com a nossa comida e então só comi alfajor mesmo. Na segunda uma pessoa da AIESEC local veio me buscar para o meu primeiro dia de trabalho. Precisaria aprender a ir e voltar sozinho a fundação que ficava em uma comunidade mais distante do centro da cidade. Logo no primeiro dia o coordenador da Fundácion Anawin me falou tudo que iria e poderia fazer com as crianças. Como meu espanhol era zero eu iniciaria trabalhando com atividades de recreação. Durante as primeiras duas semanas as crianças estavam de férias, então não tinha atividades da escola nem nada, era apenas diversão. E assim ficávamos, víamos filmes (cês já assistiram filme em espanhol sem legendas??? Pois é), jogávamos volley, hockey, futebol, brincávamos e nos divertíamos de diversas formas. Era muito legal trabalhar com crianças, elas têm uma energia e tanto.
Como nem tudo é flores e a intenção do intercambio é o desenvolvimento de habilidades de liderança vou lhes contar o que aconteceu com minha host family. Duas semanas antes de embarcar conheci a família que iria me hospedar durante minha experiência em Salta. Já estava super empolgado com eles e talz, porém no dia em que cheguei eles sofreram um acidente e não puderam mais me receber. Tudo bem, né?!?, vida que segue!! Umas 2 semanas depois morando sozinho na cara de um membro da AIESEC (curiosidade: ele ganhou na “mega sena argentina” meses depois e hoje não sei mais onde mora hahahaha) uma família me chamou para tomar chá na cada deles. Aquele chá da tarde, sabe? Beleza, fui. Eles eram super simpáticos e atenciosos. Eles amavam escutar o que os estrangeiros estavam achando de viver aquele tipo de intercâmbio, como era nossas cidades no Brasil e todo aquele enxame que também fazemos com a gringarada…. 3 dias depois essa família me chamou para almoçar lá todos os dias (eles sabiam que eu morava sozinho, então..) e no domingo eu já estava me mudando pra casa deles. E assim foi, eles se tornaram parte da minha família e hoje os amo e tenho grande gratidão por tudo.
“Depois de algumas semanas, desenvolvi bem meu espanhol e perdi a vergonha de errar quando falava, isso foi tão libertador”
Salta é uma cidade bem pequena, apesar de ser capital. Eu caminhava até o centro antes pra pegar apenas um ônibus. A fundação ficava em uma comunidade bem afastada do centro da cidade, numa zona bem pobre mesmo. Como sempre estava frio (max. de 15º C) eu adorava caminhar pelas ruas. Era muito lindo escutar o espanhol por todo lada (uma hora enjoa também, rsrs) e ver as famosas llamas nas ruas. Escolhi Salta porque achei bem diferente de tudo que eu já teria vivia até então. Como não queria uma cidade grande como Buenos Aires, a melhor opção foi Salta. AHHHHHHHHHH SALTA <3. COMO EXTRAÑO!!! Se tiverem oportunidade de irem a essa cidade um dia, não percam. As pessoas são legais, há muitos lugares para sair, há muitos destinos turísticos a conhecer na província, apesar de eu não ter viajado a nenhum, eu super indico. Comam as famosas Empanadas Saltenãs, dizem ser a melhor do país. É um pastelzinho de carne que leva batata e ovos, não é um pastel comum, é super hiper mega delicioso. Fora muitos outros pratos que comi!!!
Depois de algumas semanas desenvolvi bem meu espanhol e perdi a vergonha de errar quando falava, isso foi tão libertador, me sentia bem conseguindo entender 95% do que falavam e sabendo responder mais que “si o no” haha. Com isso passei a ensinar um pouco de cultura brasileira e português para as criancinhas da fundação. Eles riam sempre que eu falava que ‘ñ’ não existe no nosso alfabeto. Eles riam na cara dura mesmo, haha.
Essa com certeza foi a melhor experiência da minha vida. Minha visão de mundo mudou muito depois do intercâmbio e senti que as coisas quando não saem como planejado pode se tornar bem mais interessante do que como planejamos. Tudo é questão de como lidamos com os desvios e isso te tira da zona de conforto, te engrandece, faz você desenvolver muitas habilidades e sentimentos que nunca teríamos sem experiências parecidas. P.S.: Você, com certeza, não vai mudar o mundo por estar fazendo um trabalho voluntário, mas você com certeza será muito impactado com tudo e o seu mundo mudará, acho que a partir daí o mundo muda. É o que sinto!
Se eu faria um intercâmbio voluntário de novo? Ué, México 2019 é o que temos no momento. A princípio vou dar aulas de cultura BR e português para jovens e adultos, mas vamos ver qual novo desafio teremos quando chegar lá, né!! Já sou ansioso naturalmente, e sabendo que falta um ano pra uma viagem internacional de 6 semanas com uma grande responsabilidade? É só sonhar até lá, haha!
É isso!! Beijos e bons voos sempre!
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Texto enviado por:
Natan Xavier
Cursa Engenharia Elétrica
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Vlw flws!
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